Causas da Esclerose Múltipla

Apesar de sobejamente estudada, ainda se desconhece o que desencadeia a esclerose múltipla (EM), ou seja, ainda não se sabe o que desencadeia o ataque à mielina por parte das células do sistema imunitário. Contudo, sabe-se que existem alguns fatores (possíveis causas) que poderão desencadear esta resposta inflamatória, nomeadamente genéticos e ambientais.

causas da esclerose multipla

Causa genética:

Os estudos realizados sobre a incidência da EM em gémeos concluíram que em apenas cerca de 30% dos casos ambos os gémeos têm a doença. Isto significa que a hereditariedade contribuirá apenas em 30% para a causa da doença, os restantes 70% serão fatores ambientais.

A EM pode ocorrer entre membros da mesma família, o que pode indicar uma ligação genética. No entanto, sabe-se que o risco de filhos e irmãos desenvolverem a doença é relativamente baixo, com uma probabilidade de 96% a 98% de um parente direto não ser afetado pela doença.

De qualquer forma, devido à falta de dados científicos sobre os genes envolvidos na causa da doença, é extremamente difícil prestar aconselhamento nesta área.

Causa ambiental:

Entre a comunidade médica existe a convicção generalizada de que os fatores ambientais têm um papel importante no desencadear da patologia. Sabe-se, por exemplo, que a EM é mais comum nas populações dos países mais distantes do Equador. No Canadá e nos países da Europa do Norte (particularmente na Escandinávia e na Escócia) existe uma elevada incidência da doença, o que poderá refletir uma suscetibilidade específica dessas populações.

Até à data, os fatores ambientais que foram inequivocamente associados a um maior risco de desenvolver a doença são: défice de vitamina D, infeção pelo vírus Epstein Barr (sobretudo se em fases tardias da vida, ou seja, depois da infância), tabagismo e obesidade na infância/adolescência.

Referências Bibliográficas:

1 – Livro “O ABC da Esclerose Múltipla”, de Catarina Fernandes, Celena Veloso Daniela Leal e Maria José Carvalho

2 – Giesser BS. “Primer on Multiple Sclerosis”. Oxford University Press (2016)