Um passo fundamental é que o cuidador seja sensibilizado para a importância de acompanhar a pessoa que recebeu o diagnóstico à consulta médica. Se é verdade que algumas pessoas podem estar já mais familiarizadas com os sintomas, é frequente os médicos depararem-se com outros doentes que não têm essa facilidade. E se a família estiver presente na consulta, estas questões podem ser imediatamente discutidas, clarificadas e compreendidas.
Para que o equilíbrio se mantenha e tudo possa funcionar da melhor forma, é fundamental o compromisso, a proatividade e o interesse em participar, desde logo colocando as questões e dúvidas junto da equipa clínica.
Mais do que pesquisar na internet o que quer seja – porque se corre um risco de recolher informação que não é filtrada e está incorreta – viver e conviver melhor com a doença passa muito por estar informado(a) sobre quais são as suas caraterísticas e, nesse aspeto, as melhores pessoas para o fazer são os profissionais de saúde.
Outro conselho para a pessoa que mais diretamente lida com a pessoa diagnosticada com Esclerose Múltipla é não assumir uma postura demasiado paternalista, até porque sabemos que esta não deixa de ter capacidade de gerir a sua própria vida só porque agora tem o diagnóstico estabelecido. Além disso, na maioria dos casos, é hoje possível uma vida praticamente normal.
Acresce igualmente o facto de a Esclerose Múltipla ter altos e baixos e não há ninguém melhor para o expressar do que a própria pessoa, de forma a ser ajudada. Como cuidador ou companheiro deve, por isso, ser cauteloso ao partilhar notícias de aparentes curas milagrosas e dedicar-se mais ao apoio prático e emocional. Saberá de certeza avaliar os momentos em que a pessoa precisa apenas de um ombro amigo ou de ser ouvida.
1 – Multiple Sclerosis Trust (https://www.mstrust.org.uk/)
2 – Livro “O ABC da Esclerose Múltipla”, de Catarina Fernandes, Celena Veloso Daniela Leal e Maria José Carvalho.
Todos os direitos reservados