Vários estudos têm sugerido que a alimentação é um fator ambiental importante com impacto na EM. Pensa-se que alterações da dieta possam melhorar a EM ao reduzirem a inflamação e promoverem a neuroproteção.
De facto, várias dietas foram estudadas nesta doença, tais como a dieta de Swank, dieta paleolítica, dieta mediterrânica, dieta de McDougall, restrição calórica e jejum intermitente. Contudo, não existe evidência suficiente para recomendar uma dieta específica ou suplemento dietético para as pessoas com EM que possa ter um impacto significativo na evolução da doença.
Vários estudos têm, porém, sugerido que algumas modificações da dieta podem promover a saúde em geral e associar-se a melhoria de sintomas (como a fadiga ou medidas de qualidade de vida) reportada por pessoas com Esclerose Múltipla. Essas modificações incluem a redução do consumo de produtos animais, gorduras saturadas, sal e comidas processadas, preferência pelo consumo de cereais integrais e aumento do consumo de legumes, vegetais e frutas.
Para muitas pessoas com Esclerose Múltipla, a dieta pode oferecer uma sensação de controlo quando se vive com uma doença crónica que é frequentemente imprevisível. Os tratamentos convencionais são muitas vezes apenas parcialmente eficazes e uma boa dieta faz parte de uma autogestão ativa. Após o diagnóstico de EM, pode sentir que um estilo de vida saudável e o bem-estar são prioritários para si.
Uma dieta adequada pode ajudar a gerir alguns sintomas, como a obstipação. Por outro lado, uma má alimentação pode aumentar o risco de outras doenças, como doenças cardiovasculares e osteoporose. Se a mobilidade estiver prejudicada pela Esclerose Múltipla, estas doenças podem ser mais frequentes.
Muitas pessoas com EM têm encontrado benefícios em mudar para uma dieta saudável, através de pequenas alterações ou mesmo revisões radicais. A melhor forma de mudar a sua dieta é simplesmente experimentar. Ingredientes caros ou suplementos vitamínicos raramente são necessários e vai ser mais fácil seguir uma dieta se for fácil para si encontrar os ingredientes e se souber prepará-los! Discuta os seus planos com um nutricionista, médico ou enfermeiro e tenha cuidado para não deixar de fora os nutrientes essenciais.
PT/NONNI/1219/0097, aprovado em 12/2019
Embora existam muitas teorias sobre a alimentação para os doentes com esclerose múltipla, a verdade é que a maioria das dietas não tem evidência fundamentada sobre os seus benefícios e, por isso, deve prevalecer o bom-senso e privilegiar-se o aconselhamento profissional.
Uma alimentação equilibrada é fundamental para a manutenção do bem-estar, seja numa pessoa saudável ou com esclerose múltipla. Por isso, os especialistas recomendam que as pessoas com Esclerose Múltipla sigam as mesmas recomendações de dieta que a população em geral, com baixo teor de gordura e rica em fibras.
Relativamente à vitamina D, evidências crescentes sugerem que esta pode desempenhar um papel importante na esclerose múltipla.
Baixos níveis desta vitamina foram identificados como um fator de risco para o desenvolvimento da esclerose múltipla. Além disso, investigações concluíram que as pessoas com esclerose múltipla com défice acentuado de vitamina D poderão ter uma doença mais agressiva.
Por outro lado, e embora não seja totalmente conhecido o papel da suplementação de vitamina D na redução da atividade da doença, investigações recentes sugerem que esta pode ter efeitos importantes no sistema imunológico e que pode ajudar a regular o crescimento e a diferenciação celular.
De qualquer forma, a prática mais comum é a de dosear a vitamina D e corrigir os seus níveis quando estão baixos, através da suplementação.
As recomendações atuais indicam que a dose diária recomendada de suplementação para adultos é de 600 unidades internacionais (UI) de vitamina D por dia. Essa quantidade aumenta para 800 UI no caso de pessoas com mais de 70 anos de idade. Por vezes poderá ser necessário doses acima de 4.000 UI por dia em pessoas com deficiência de vitamina D. Já a dose de manutenção sugerida a ser considerada em doentes com esclerose múltipla é de 2.000 a 5.000 UI diárias.
1 – Michael F. Holick, et al., Vitamin D Deficiency and Possible Role in Multiple Sclerosis, Rev Bras Reumatol., 2010 Jan-Feb;50(1):67-80. Review. English, Portuguese (http://doi.org/10.17925/ENR.2015.10.02.131).
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