Os desejos de constituir uma família são muitas vezes adiados pelo receio das repercussões físicas, motoras e cognitivas que podem interferir com a capacidade de tratar dos filhos. Além disso, é frequente a preocupação com o risco de os filhos virem a ter Esclerose Múltipla (EM) ou a possibilidade do aparecimento de outra doença ou complicações relacionadas com os fármacos usados no tratamento da EM.
Contudo, saiba que existem fármacos que permitem um planeamento da gravidez mais tranquilo e em segurança. Dependendo do seu caso específico, a opção terapêutica face a um desejo de engravidar será uma decisão que terá que tomar em conjunto com a sua equipa de profissionais de saúde, tendo em conta a abordagem de múltiplos aspetos, nomeadamente a importância do tratamento precoce da doença e o perfil de risco dos vários fármacos modificadores da doença.
Poderá fazer um fármaco de forma contínua, e de acordo com indicação médica para a melhor fase de suspensão da terapêutica, poderá engravidar sem que aumente o risco para o seu bebé. Existem ainda opções terapêuticas com uma posologia intermitente, em que a medicação é administrada por curtos períodos com efeito a longo prazo, e que após um período bem estabelecido a mulher pode engravidar.
Se decidiu engravidar, deverá falar com a sua equipa de saúde para que o planeamento seja feito de uma forma organizada e programada, em segurança.
1 – MS Trust (https://www.mstrust.org.uk/news/views-and-comments/ms-and-pregnancy)
2 – Ata Médica Portuguesa – “Recomendações Sobre a Abordagem da Esclerose Múltipla na Gravidez, Parto e Pós-Parto: Posição de Consenso do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla e da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Medicina Materno-Fetal” -dezembro de 2018.
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