As pessoas com esclerose múltipla (EM) podem beneficiar de uma dieta com baixo teor de gordura como forma de melhorar a fadiga, um sintoma da doença não só debilitante, mas muitas vezes subestimado, avança um novo estudo, realizado por investigadores da Oregon Health & Science University (OHSU), nos Estados Unidos.
Publicado na revista Multiple Sclerosis Journal, trata-se de mais um estudo que faz parte da linha de investigação que aquela instituição realiza há uma década e que testa o princípio de que a dieta é importante, sobretudo para as pessoas com EM.
“A fadiga é muito incapacitante para estes doentes”, afirma o investigador principal e autor sénior Vijayshree Yadav, professor de neurologia na Faculdade de Medicina da OHSU e diretor do Centro de Esclerose Múltipla da OHSU, que acrescenta que “afeta muito a qualidade de vida das pessoas”.
No novo estudo, os investigadores realizaram um ensaio aleatório controlado em que 39 pessoas com EM que sofriam de fadiga foram divididas em dois grupos: 19 pessoas foram colocadas no grupo de controlo e usufruíram de aconselhamento nutricional no final do estudo, após 16 semanas; as outras 20 receberam esse mesmo aconselhamento e aderiram ainda a uma dieta pobre em gorduras, confirmada através de uma amostra de sangue de rotina que revelou sinais claros de redução da ingestão calórica.
Uma dieta que incluía carne, ainda que mantendo o baixo teor de gordura, mas não contemplava a prática de exercício físico, o que significa que o estudo se centrou apenas na dieta como intervenção.
Em comparação com o grupo de controlo, o grupo ativo de participantes revelou uma melhoria significativa na fadiga. De quatro em quatro semanas, os participantes responderam a perguntas padronizadas que mediam aspetos como a sua capacidade de atenção, concentração e realização de atividades físicas de rotina.
“Os resultados reforçaram o que já tínhamos visto antes”, refere Yadav. “Uma dieta com baixo teor de gordura pode realmente fazer a diferença no nível de fadiga de um doente, mesmo sem chegar ao ponto de ter de se tornar uma dieta vegana.”
Fonte: https://journals.sagepub.com/doi/10.1177/13524585231208330