Mitos e verdades sobre Esclerose Múltipla

MITO!

Hoje sabe-se que a gravidez não tem um efeito negativo sobre a EM. Aliás, na maioria dos casos, a mulher grávida com EM experimenta um chamado “período de graça” hormonal, quase sem sintomas. Além disso, existem atualmente terapêuticas que permitem um planeamento da gravidez. Deverá sempre consultar o seu médico.

DEPENDE!

A EM não implica deixar de trabalhar e não impõe necessariamente restrições no desempenho da profissão, embora, em algumas situações, a vida profissional diária possa ser afetada. Mesmo nesses casos, não significa que tenha que deixar a sua profissão. Um diálogo sincero e aberto com os colegas e chefias vai permitir uma adaptação das tarefas ou do próprio local de trabalho, se for necessário. Infelizmente, ainda existem entidades patronais que, por falta de informação, estigmatizam as pessoas com EM, concretizando o despedimento.

MITO!

Com os novos fármacos modificadores da doença a maioria das pessoas com EM pode viver uma vida com qualidade, sem surtos e com uma esperança de vida semelhante à de qualquer outra pessoa. Infelizmente, em algumas situações, as complicações podem provocar a imobilização mais cedo do que o esperado, com uma redução precoce também das capacidades cognitivas. No entanto, esses são casos mais raros.

MITO!

Não podia ser mais falso. Esta é uma patologia que atinge maioritariamente os jovens adultos entre os 20 e os 35 anos. As crianças e as pessoas mais maduras ou idosas são casos mais raros. Sabe-se ainda que afeta mais as mulheres (com uma incidência que é o dobro daquela registada no sexo masculino) e que é mais comum na população caucasiana.

MITO!

Sabe-se atualmente que as pessoas com EM podem e devem praticar atividade física, pois o exercício ajuda na melhoria de muitos dos sintomas da patologia. Os especialistas recomendam, contudo, que os exercícios sejam adaptados às capacidades físicas de cada um e que seja tido em conta o sobreaquecimento corporal provocado pela prática desportiva, que pode piorar os sintomas. Para evitar que isso aconteça, não deverá levar o corpo à exaustão e fazer intervalos.

ATÉ CERTO PONTO!

Sabe-se que a EM é, até certo ponto, hereditária. Resultados de estudos em gémeos verdadeiros (homozigóticos) vieram tornar este ponto claro. Se a doença fosse definitivamente hereditária deveria afetar não apenas um, mas os dois gémeos. Mas as probabilidades de isto acontecer na EM não são de 100%, mas sim de 25%. No que diz respeito aos membros de uma família com EM, sabe-se que estes têm um risco maior de contrair a doença do que alguém sem familiares com EM.

MITO!

Para a grande maioria das pessoas é possível gerir a continuidade num emprego sem qualquer ajuste, ou com apenas algumas modificações. A incapacidade provocada pela doença varia de pessoa para pessoa e evolui com o tempo, devendo essa avaliação quantitativa ser feita pelo médico. Além disso, é sempre possível encontrar uma alternativa mais favorável, como trabalhar a tempo parcial ou em casa.

VERDADE!

É ótimo quando se sente melhor. Mas sentir-se bem nem sempre significa que a sua EM não esteja a provocar danos ou que não esteja ativa. Sabe-se que podem haver lesões presentes que não estão a resultar em quaisquer sintomas visíveis, conhecidas como lesões silenciosas, que apenas podem ser detetadas numa ressonância magnética. Daí ser fundamental não abandonar a terapêutica apenas porque não tem sintomas.

Referências Bibliográficas:

1 – Livro “O ABC da Esclerose Múltipla”, de Catarina Fernandes, Celena Veloso Daniela Leal e Maria José Carvalho