mulheres e EM

Mulheres e EM: uma relação mais forte

As mulheres sofrem mais com esclerose múltipla (EM). Não se trata de uma suposição, mas de uma certeza confirmada pelos dados existentes: de acordo com a Sociedade de Esclerose Múltipla do Reino Unido, as mulheres têm quase três vezes mais probabilidade de desenvolver a doença do que os homens. A verdadeira questão aqui é: porquê? A resposta, essa tem sido procurada por cientistas e especialistas, sem que se tenha ainda chegado a uma conclusão.

Poderá a genética ter aqui algum papel? Ou as hormonas? São várias as equipas de investigadores que se debruçam sobre este tema, associando a doença a fatores de risco como o stress, o papel das hormonas femininas, da vitamina D, da inflamação e até da obesidade.

De facto, testosterona e o estrogénio, duas das mais conhecidas hormonas, têm sido alvo de vários estudos e, segundo Peter Calabresi, diretor do Centro de Esclerose Múltipla da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, cuja equipa tem apostado em desvendar os segredos da doença, a taxa de EM entre rapazes e raparigas antes da puberdade é inferior à verificada nas crianças mais velhas e nos adultos, o que deixa em aberto a possibilidade da associação a uma questão hormonal.

Mas esta equipa acredita ainda que a gordura corporal e a obesidade podem ter também aqui o seu impacto. E tem tudo a ver com a inflamação, que desempenha um papel na EM e que está associada à obesidade. Para Ellen Mowry, especialista em EM e um dos elementos da equipa da Johns Hopkins, o aumento da incidência de EM entre as mulheres pode estar associado à gordura corporal. E uma vez que os elementos do sexo feminino costumam ter mais gordura no corpo do que os do masculino, sobretudo na barriga – a chamada gordura abdominal, que está associada ao aumento da inflamação -, esta associação parece fazer cada vez mais sentido.

A este conjunto de hipóteses junta-se ainda a vitamina D, cujo papel na EM Calabresi, Mowry e a sua equipa estão a estudar, sobretudo no que diz respeito à relação entre baixos níveis de vitamina D e um maior risco de desenvolver EM, ao aumento da frequência de recaídas e a um maior impacto negativo da doença na vida de quem tem o diagnóstico.

Está ainda tudo em aberto no que diz respeito a certezas sobre porque é que a EM afeta mais as mulheres, mas a investigação prossegue, revelando cada vez mais pistas sobre como a genética, o ambiente e outros fatores aumentam as probabilidades de uma mulher desenvolver EM, o que se pode vir a traduzir também em novas formas de abordar a doença.

Fontes: 

https://www.hopkinsmedicine.org/health/conditions-and-diseases/multiple-sclerosis-ms/multiple-sclerosis-why-are-women-more-at-risk

https://www.mssociety.org.uk/about-ms/what-is-ms/women-and-ms

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