O risco de contrair COVID-19 é superior nas pessoas com Esclerose Múltipla?

O conhecimento sobre como a COVID-19 afeta as pessoas com Esclerose Múltipla é ainda muito limitado. Ainda assim, até ao momento não existe evidência de que ter Esclerose Múltipla, por si só, aumente o risco de contrair a COVID-19 ou complicações graves desta infeção.

Se estivermos expostos ao vírus SARS-Cov-2, todos corremos o risco de contrair a COVID-19, independentemente da nossa nacionalidade, idade ou género. Contudo, se existir exposição ao vírus, alguns fatores parecem aumentar o risco de desenvolver doença grave, tais como idade avançada e a presença de doenças crónicas como a hipertensão arterial, doença cardíaca, doença pulmonar, neoplasias e diabetes. Assim, as pessoas com EM que tenham concomitantemente estes problemas de saúde ou mais de 60 anos devem, de acordo com as recomendações da Federação Internacional de Esclerose Múltipla (FIEM), ter cuidados redobrados para minimizar a sua exposição ao vírus.

Do ponto de vista teórico, alguns fatores relacionados com a Esclerose Múltipla poderão aumentar o risco de desenvolver sintomas de COVID-19 ou doença grave, nomeadamente:

  • Restrição significativa da mobilidade, particularmente se necessitar de utilizar cadeira de rodas. Neste caso poderá ter maior dificuldade em cumprir as medidas de higiene recomendadas nesta fase da pandemia, aumentando o risco de exposição ao vírus, ou ter problemas de deglutição ou dificuldades de respiração associados à doença que poderão aumentar o risco de complicações se contrair a COVID-19.
  • Possivelmente estar medicado para a EM com determinados medicamentos modificadores da doença (MMD) com efeitos imunossupressores.

Relativamente ao último ponto, os MMD para a EM podem modificar ou suprimir algumas respostas do sistema imunitário. Os MMD imunomoduladores não se associam habitualmente a aumento do risco de infeções. Outros medicamentos que têm efeitos imunossupressores podem associar-se a um risco aumentado de infeções, incluindo infeções graves. Este risco varia de MMD para MMD e na maioria dos casos é considerado ligeiro ou moderado.

O seu médico ou enfermeiro poderá esclarecê-lo sobre o risco associado ao seu tratamento em específico.

Consulte a nota informativa emitida pelo Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla (GEEM) da Sociedade Portuguesa de Neurologia (https://www.esclerosemultipla.info/noticias-em/coronavirus-e-em-nota-informativa-do-grupo-de-estudos-da-esclerose-multipla-geem/).

Lembre-se que evitar a exposição ao vírus diminui o risco de ser infetado pelo vírus da COVID-19. A doença pode ser transmitida por contacto próximo com pessoas infetadas ou através do contacto com superfícies e objetos contaminados.

Fontes:

PT/NONNI/0420/0039, aprovado em 04/2020

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