Como manter uma vida sexual ativa em doentes com esclerose múltipla?

A esclerose múltipla (EM) afeta diferentes vertentes e fases da vida, e a sexualidade não é exceção. A vida sexual pode ser impactada por uma combinação de fatores físicos, psicológicos, emocionais e sociais, podendo mudar a relação consigo próprio e com terceiros.

De acordo com um estudo publicado no International Journal of MS Care, cerca de 64 % dos doentes com esclerose múltipla demonstram ter problemas nas suas relações sexuais, afetando o desejo, a excitação e o orgasmo.

Nas mulheres com a doença, estes problemas podem verificar-se na diminuição da libido , ou sensação reduzida ou dolorosa na zona, diminuindo também a capacidade de orgasmo. No entanto, pode ser colmatado com o uso de lubrificantes à base de água e ainda com o aumento da estimulação antes da penetração.

Já nos homens com esclerose múltipla, de acordo com o estudo, cerca de 70% relatam ter problemas em atingir ou manter a ereção. Além disso, podem ainda ter uma sensação reduzida no pénis e dificuldade em ejacular.

Apesar deste impacto, a esclerose múltipla não afeta a fertilidade, nem na mulher nem no homem, ainda que, neste último caso, a dificuldade em ejacular possa diminuir a probabilidade de gravidez.

Ainda que recorrente, este problema nem sempre é abordado pelos profissionais de saúde ou debatido com os doentes. A boa notícia é que há, contudo, cada vez mais especialistas nesta área incluídos nas equipas multidisciplinares que seguem as pessoas com EM, contribuindo para deixar cair os tabus em que o tema se encontra tantas vezes envolto.

Essencial é sempre a manutenção de uma comunicação aberta com a equipa de saúde, sem esquecer que a intimidade não precisa de se resumir apenas à questão sexual, havendo várias formas de ser íntimo com o/a seu/sua parceiro/a.

 

Fontes: https://multiplesclerosisnewstoday.com/special-collection-sex-intimacy-multiple-sclerosis/

https://multiplesclerosisnewstoday.com/2018/09/06/sexual-dysfunction-common-problem-among-ms-patients-but-often-ignored-study-reports/

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC6107343/

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