Com o envelhecimento, há muita coisa que muda: a forma como pensamos, como enfrentamos os obstáculos, o nosso corpo e a nossa saúde. Para quem vive com esclerose múltipla (EM), isso significa novos desafios e a necessidade de adaptação. E não são poucos os que o têm de fazer, tendo em conta que, dos 2,8 milhões de pessoas que vivem com EM em todo o mundo, cerca de 1 em cada 10 tem pelo menos 65 anos de idade.
Mas como é que a idade, a EM e outras doenças podem afetar a saúde? À medida que a pessoa envelhece, torna-se cada vez mais provável que venha a ter problemas de saúde adicionais, as chamadas comorbilidades. De facto, as pessoas com EM têm a mesma probabilidade de sofrer deste tipo de problemas que a população em geral: cerca de 5 em cada 10 pessoas com EM acima de 60 anos têm pressão arterial alta; mais de 2 em cada 10 têm níveis elevados de lipídios (gorduras como o colesterol) no sangue, e uma proporção semelhante tem uma doença pulmonar crónica (de longo prazo).
As mulheres também podem ter problemas durante e após a menopausa, o que pode incluir problemas de bexiga, alterações na vida sexual, problemas de sono e depressão.
Há ainda problemas de saúde que podem piorar ou agravar os sintomas de EM, sobretudo se não forem bem controlados. Vários estudos sugerem que as pessoas com uma doença cardiovascular no momento em que são diagnosticadas com EM vão, provavelmente, precisar de um apoio para andar mais cedo do que não têm a doença; as pessoas com EM com níveis mais altos de colesterol no sangue têm mais incapacidade e mais atrofia cerebral; as que estão deprimidas ou ansiosas nem sempre tomam os seus medicamentos para a EM tal como é prescrito e algumas deixam mesmo de os tomar.
E depois, há os que, não afetando diretamente a EM, podem acrescentar outros desafios à vida dos doentes, por exemplo, relacionados com a toma de medicamentos. É, por isso, importante estar atento a novos sintomas, que podem estar relacionados com a EM ou com a idade, e que podem também ser um sinal de alerta para um novo problema de saúde.
Na presença de um qualquer novo sintoma, fale com o seu médico. Ao encontrar a causa exata, os profissionais de saúde podem tratar o problema e aconselhar da forma mais correta. Por exemplo, a fadiga causada por um distúrbio do sono ou por uma doença da tiroide pode ser tratada de forma diferente da fadiga causada pela EM.
Além dos cuidados de saúde gerais, deve fazer também os rastreios regulares, importantes para detetar a presença de riscos ou sinais de alerta de outros problemas que, quando identificados precocemente, permitem a tomada de medidas para reduzir o seu risco.
Finalmente, para as pessoas com EM que têm mais idade, é essencial que se mantenham fisicamente ativas, o que pode melhorar a sua saúde geral e condição física. Estar regularmente ativo pode ter benefícios adicionais, incluindo uma melhor função cognitiva, redução dos sintomas de EM, progressão mais lenta da doença, ajudar com a depressão e melhorar a aptidão cardiovascular.
Fonte: https://www.msif.org/