Fadiga, uma luta invisível

Cansaço intenso, fraqueza, falta de energia ou até mesmo exaustão. Para quem vive com esclerose múltipla (EM), a fadiga tem muitas formas e nomes, mas independentemente daquele usado para a descrever, é uma companhia quase constante, um sintoma invisível, que pode, por isso mesmo, ser difícil de compreender por quem não o sente.

Cada pessoa vive esta fadiga de uma forma diferente e sente-a também distintamente. Pode surgir quando menos se espera, frequentemente sem qualquer razão; ser física ou mental; impedir a realização de tarefas simples e pode passar mais depressa ou manter-se durante um período mais longo, permanecendo mesmo após o repouso.

Pode ser resultado do efeito de um qualquer sintoma da doença, estar associada ao tratamento ou simplesmente estar presente sem que nada o justifique, tendo a tendência para aumentar na segunda metade do dia e piorar com o stress ou calor.

Tudo isto os doentes conhecem bem. O que estes, e os especialistas, ainda não conseguem determinar com certeza é o que causa esta fadiga. Acredita-se que seja resultado de uma série de fatores diferentes, em parte causados ​​pela própria EM e em parte também por outros.

Fala-se, por isso, em fadiga primária, quando se trata do primeiro caso e, aqui, são alterações no cérebro e os danos causados no sistema nervoso central os principais responsáveis. Ou seja, há danos com impacto nos nervos, que interrompem as mensagens do cérebro e da medula para o resto do corpo, o que faz com que este tenha de trabalhar mais para funcionar, levando então à fadiga.

Quando são outros fatores que não a doença a causar fadiga, esta é conhecida pelos médicos como fadiga secundária. Neste caso, problemas como depressão, dor ou distúrbios do sono podem piorar a fadiga, que se pode manifestar também como efeito secundário de alguns medicamentos ou associado a falta de atividade física, stress ou alimentação incorreta.

Uma gestão difícil, mas essencial

Gerir a fadiga não é fácil, mas é possível. E porque cada pessoa é diferente e sente a fadiga de forma distinta, não existe uma receita única, sendo apenas certo que esta gestão passa por maximizar a energia e usá-la de forma eficiente, ou seja, através de uma priorização de tarefas.

De acordo com a Sociedade de Esclerose Múltipla britânica, a prática de exercício físico pode ajudar, com a investigação a confirmar que o exercício regular permite manter a força muscular, melhorar o humor e ajudar no sono, o que se pode traduzir num aumento de energia.

E são os especialistas desta organização que deixam também outras dicas para uma melhor gestão deste problema:

  1. Ter um diário da fadiga – Ou seja, manter um registo onde se classifica o grau de fadiga em diferentes momentos do dia e em relação a diferentes atividades, o que pode ajudar a encontrar padrões e perceber quando é que esta se manifesta de forma mais intensa.
  2. Descansar quando necessário – Pode parecer óbvio, mas o descanso ajuda a aliviar a fadiga e é uma parte importante da gestão da mesma, já que pode evitar que se chegue a um ponto de exaustão. Seja uma pausa a meio do dia, uma sesta ou apenas parar para ouvir uma música relaxante, estes são momentos que podem fazer a diferença.
  3. Priorizar tarefas – Há coisas mais importantes e nesta hierarquia, há que definir prioridades e poupar energia para as coisas realmente essenciais.
  4. Melhorar a postura – Sim, uma postura relaxada pode ajudar a poupar energia. É certo que isto exige prática, mas com o tempo pode tornar-se mais fácil.
  5. Organizar os espaços de vida e de trabalho – Há pequenas alterações feitas nos locais onde se trabalha e vive, como reorganizar mesas ou armários, ou ajustar a temperatura ou a iluminação, que podem facilitar a forma como se fazem as coisas e, logo, ajudar a melhorar a fadiga.
  6. Alimentação saudável – Uma dieta equilibrada pode ajudar a manter um peso saudável e a obter a energia necessária.

 

Fonte: https://www.mssociety.org.uk/about-ms/signs-and-symptoms/fatigue

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