Viajar pode ser, ao mesmo tempo, motivo de grande prazer e de stress. É assim para quem é saudável e é sobretudo assim para quem vive com uma doença, como a esclerose múltipla. Se é um facto que este problema não tem de ser um impeditivo para que qualquer pessoa com o diagnóstico possa conhecer o mundo, é também verdade que um bom planeamento é essencial, não só para ajudar a gerir o stress, mas sobretudo para garantir que a viagem de sonho não se torna um pesadelo.
A Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla, uma organização sem fins lucrativos que atua nos Estados Unidos, partilha algumas dicas que podem ajudar nesta viagem, cuja preparação deve começar muito antes da partida, com uma consulta ao médico, para discutir não a melhor forma de gerir a medicação, mas também quaisquer outras necessidades que possam existir.
Há ainda que:
– Levar medicamentos extra, que devem ser guardados na bagagem de mão. Mas atenção: alguns aeroportos podem ter normas de segurança rigorosas, pelo que se deve informar sobre o transporte de medicamentos injetáveis e, antes da viagem, pedir ao médico uma declaração que justifique o transporte dos medicamentos a bordo (muitas companhias aéreas exigem um atestado médico, sobretudo quando se trata de material para injeção).
– Confirmar se os hotéis, transportes, museus e restaurantes estão preparados para pessoas com mobilidade reduzida, caso seja necessário.
– Estar ciente dos potenciais riscos para a saúde que podem ser encontrados no destino e as proteções que devem ser tomadas.
– Estar informado sobre os requisitos de vacinas em diferentes países, assim como a necessidade de uma eventual Consulta do Viajante.
– Conhecer as temperaturas do destino e estar preparado para gerir a sensibilidade ao calor.
Durante a viagem, há também conselhos que importa não perder de vista:
– Porque as viagens podem ser muito cansativas, fazer pausas e programar dias de descanso.
– Ir, se possível, com um acompanhante.
– Levar snacks saudáveis e beber muita água.
– Não ter pressa e aproveitar para se divertir.
Tenha ainda atenção que o stress, o calor e/ou a fadiga, comuns durante as viagens, podem provocar um agravamento temporário dos sintomas, que devem desaparecer no dia seguinte. No entanto, podem ser sinal de uma recaída, pelo que antes de partir deve procurar perceber como reduzir o risco de recaída durante a viagem e desenvolver um plano para gerir a mesma, caso ocorra.